Numa época em que impera o materialismo, o ter e o empanturrar-se, ofereça a si próprio o usufruto de um bem cultural.
Esqueça o caótico trânsito, os nervos em franja dos outros automobilistas, e desfrute de uma agradável viagem de comboio entre o Porto e Lisboa. Afinal, não é todos os dias que se vai à capital. E desta vez o evento até vale bem a pena.
Refiro-me à exposição «Amadeo de Souza-Cardoso. Diálogo de vanguardas» a todos os títulos imperdível. Está a decorrer desde, o dia 15 de Novembro e até 14 de Janeiro próximo, na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa e é imprescindível para compreender a obra do artista colocando-a em diálogo com as correntes internacionais de vanguarda. Amadeo à compita com uma plêiade de trinta e sete artistas de que se destacam, entre outros, Brancusi, Mondigliani, Picasso, Malevich, Léger e Duchamp.
É que as obras de arte são cada vez mais valorizadas pelo sistema comunicativo e por isso mesmo a participação do público é fundamental, tanto no domínio da fruição estética, como até mesmo (o que não é aqui o caso) no que se refere à sua aquisição. A possibilidade de observar obras que pertencem a colecções privadas de acesso público ou reservado é uma óptima ocasião de entender a obra de arte como uma obra aberta e para além dos valores objectivos que comporta.
A leitura da obra de arte inscreve-se cada vez mais no sistema de obra aberta, ou seja, no processo que permite ampliar os sentidos e os significados a partir da sugestão de cada visitante. Enquanto espectador-fruidor tem a possibilidade de projectar e atribuir novos e múltiplos valores estéticos a uma exposição simultaneamente impressionista, futurista, cubista e abstraccionista.
As obras revelam uma força inquietante e uma irresistível sedução. Num percurso veloz, Amadeo cruza vários caminhos, faz uma reconversão pessoal de códigos alheios e explora a confluência entre o figurativo e o abstracto. Aproximando-se e distanciando-se de várias correntes cria um novo imaginário por influência da presença em Portugal: objectos múltiplos de cariz popular – peças de cerâmica, bonecas, formas arquitectónicas, janelas, casas – num universo denso de formas, luz e cor. Estes elementos são muitas vezes acumulados de uma forma anárquica.
Amadeo de Sousa-Cardoso nasceu, em 1887, na aldeia de Manhufe, freguesia de Mancelos, concelho de Amarante e Distrito do Porto. Participou nalguns dos momentos mais importantes da arte europeia dos princípios do século XX e faleceu, em Espinho, vítima da gripe pneumónica. Dizia de si mesmo que: «tinha mais fases do que a lua».
Dele escreveu Jean Cassou:
"Cette carrière fulgurante achevée à trente et un ans, est riche de toutes les plus véhementes inquiétudes du temps… Frémissante d'impatience et d'exuberance, elle est la jeunesse même dans une extraordinaire époque qui fut une époque de jeunesse…
«A pintura é poesia que se vê
mais que se sente,
a poesia é pintura que se sente
mais que se vê.»
Leonardo da Vinci (1452-1519)
Artista italiano da Renascença
Exposição a não perder:
Amadeo de Souza-Cardoso. Diálogo de Vanguardas
de
15 de Novembro de 2006 » a « 14 de Janeiro de 2007
Fundação Calouste Gulbenkian - Lisboa
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