"Quem tem imaginação
com que facilidade
do nada constrói um mundo"
Gustavo Adolfo Bécquer (1836-1870)
Poeta Espanhol
(tradução livre)
"Quanto maior a dificuldade, maior a glória"
Marco Túlio Cícero (106-43 AC)
Esritor, Orador e Político Romano
(Tradução livre)
Os dados que se seguem foram sistematizados a partir de publicações oficiais do IEFP: "Desemprego Registado por Concelhos" tendo-se recolhido dados desde 2004.
Optou-se por apenas se disponibilizarem os dados registados no final de cada trimestre e os do último mês disponível.
É importante ter presente que os dados do "desemprego registado" não traduzem fielmente a situação do desemprego, uma vez que há muitos desempregados que já não se inscrevem nos centros de emprego, que há muitas situações de desemprego mascarado (por exemplo: os repositores de supermercado) e as famigeradas situações dos "recibos verdes".
A "taxa de desemprego" foi construída tendo por base a população residente activa – censos de 2001 – e os desempregados registados em cada final de trimestre.
Trata-se só de uma estimativa e não pode ser considerada a taxa de desemprego real. Se bem que do ponto de vista teórico possa levantar dúvidas, será, ainda assim, uma boa aproximação.
Fernando Queiroz
População Residente Activa (2001) | ||
Homens | Mulheres | Total |
15.963 | 12.896 | 28.859 |
Mês | Género | Tempo Inscrição | Total | Taxa Desemp | ||
Homens | Mulheres | <1 Ano | 1 Ano e + | |||
Abr-06 | 2.004 | 2.645 | 2.158 | 2.491 | 4.649 | 16,11 |
Mar-06 | 1.972 | 2.598 | 2.084 | 2.486 | 4.570 | 15,84 |
Dez-05 | 2.156 | 2.686 | 2.381 | 2.461 | 4.842 | 16,78 |
Set-05 | 1.993 | 2.637 | 2.247 | 2.383 | 4.630 | 16,04 |
Jun-05 | 1.942 | 2.570 | 2.235 | 2.277 | 4.512 | 15,63 |
Mar-05 | 1.857 | 2.492 | 2.173 | 2.176 | 4.349 | 15,07 |
Dez-04 | 1.818 | 2.292 | 2.168 | 1.942 | 4.110 | 14,24 |
Set-04 | 1.856 | 2.463 | 2.437 | 1.882 | 4.319 | 14,97 |
Jun-04 | 1.720 | 2.124 | 2.114 | 1.730 | 3.844 | 13,32 |
Mar-04 | 1.585 | 2.044 | 1.899 | 1.730 | 3.629 | 12,57 |
Mês | Sit face proc emp | Escalão Etário | ||||
1º Emp | Novo Emp | < 25 Anos | 25 - 34 Anos | 35 - 54 Anos | 55 Anos e + | |
Abr-06 | 268 | 4.381 | 633 | 1.003 | 2.221 | 792 |
Mar-06 | 248 | 4.322 | 624 | 988 | 2.161 | 797 |
Dez-05 | 257 | 4.585 | 700 | 1.158 | 2.210 | 774 |
Set-05 | 296 | 4.334 | 705 | 1.099 | 2.098 | 728 |
Jun-05 | 185 | 4.327 | 589 | 1.056 | 2.138 | 729 |
Mar-05 | 189 | 4.160 | 599 | 1.034 | 2.010 | 706 |
Dez-04 | 178 | 3.932 | 585 | 996 | 1.863 | 666 |
Set-04 | 261 | 4.058 | 710 | 1.073 | 1.888 | 648 |
Jun-04 | 223 | 3.621 | 616 | 895 | 1.711 | 622 |
Mar-04 | 272 | 3.357 | 656 | 860 | 1.524 | 589 |
Mês | Nível escolaridade | |||||
< 1º Ciclo EB | 1º Ciclo EB | 2º Ciclo EB | 3º Ciclo EB | Sec | Sup | |
Abr-06 | 252 | 2.359 | 1.064 | 414 | 413 | 147 |
Mar-06 | 250 | 2.333 | 1.032 | 408 | 405 | 142 |
Dez-05 | 260 | 2.386 | 1.172 | 428 | 410 | 186 |
Set-05 | 252 | 2.248 | 1.135 | 368 | 415 | 212 |
Jun-05 | 245 | 2.305 | 1.154 | 359 | 338 | 111 |
A cultura como a ciência foi, ao longo da história, laboriosamente construída contra as ideias feitas e contra o senso-comum. O processo foi cumulativo e objecto de incessantes, persistentes e trabalhosas revisões.
Ocorrem estas ideias a propósito do exercício de pura arrogância insultuosa da senhora ministra da educação que, dentro da política de permanente e insidioso afrontamento que o actual governo resolveu – em má hora – encetar sobre os professores deste país (perante a embasbacada plebe, que saliva deliciada) culpando-os de todos os males de que padece o sistema de ensino.
Tem memória curta e esquece, talvez por isso, a senhora ministra que faz parte do governo de um dos dois partidos que mais responsabilidades têm, desde o 25 de Abril, na desgraçada situação da educação em Portugal. Uma plêiade de "iluminados" dos partidos do "Centrão" coadjuvados por uma dúzia de "iluminados pedagogos" vêm, desde então, a construir uma mistificação que conduz à infantilização, à desresponsabilização e à mediocridade.
Há, em Portugal, uma cultura geral de desresponsabilização que não valoriza o trabalho, o estudo e o conhecimento. E a escola é, por vezes, um reflexo dessa sociedade. De um modo genérico interessa que os alunos passem de ano independentemente de possuírem ou não conhecimentos e competências.
Ora, este paradigma facilitista que substitui o esforço e o rigor por uma noção romântica que pressupõe uma aprendizagem liberta de qualquer exigência e subordinada apenas ao que é lúdico e apelativo tem resultados desastrosos. A noção construtivista de que uma pessoa aprende por si e que basta motivar os alunos para que eles se desenvolvam e atinjam o conhecimento é uma fraude. Não é possível a um aluno refazer sozinho o percurso da ciência e/ou da cultura. A quebra da exigência e do rigor, nomeadamente quanto a provas de avaliação e a exames finais, considerando que caso corram mal os alunos sairiam traumatizados, criou uma desresponsabilização total.
As questões ideológicas são também pertinentes. É que, por vezes, sob a capa de práticas vanguardistas escondem-se interesses inconfessados. E com o pretexto da preocupação com os mais desfavorecidos tem-se baixado o nível do ensino. A prática têm-nos demonstrado que os mais abastados (precisamente porque têm posses) recorrem ao ensino privado mas os outros continuam como estão não havendo, também por isso, melhorias qualitativas significativas.
A Escola é um local de Trabalho e de Esforço. É um lugar onde se tem de Querer Estar. É um local onde tem de existir Disciplina e Metodologia de Trabalho. As aprendizagens só são significativas conforme se vão superando as dificuldades. A satisfação obtida pela superação de dificuldades dá motivação para enfrentar novos desafios e novas aprendizagens.
O ensino eficaz consegue-se com a exigente transmissão de conhecimentos, de competências e de laboriosas e esforçadas práticas. Não é com currículos que veiculam e estimulam o facilitismo e a preguiça e que fatalmente conduzem à mediocridade e ao insucesso.
J. Santos Pinho
Foto de Paulete Matos
Queremos uma escola exigente, uma escola exigente tem que ter profissionais de grande qualidade. Por isso, quando hoje discutimos as escolhas para a carreira docente acusamos as propostas do governo de não cumprirem essa finalidade fundamental: a de colocar a qualificação dos docentes no centro das medidas propostas. Queremos discutir modelos de avaliação que valorizem o desempenho dos professores, que lhes confiram responsabilidade, que reforcem a sua profissionalidade e que reconheçam a importância e o peso social do seu desempenho.
Intervenção completa da deputada Alda Macedo
Hoje, que é o dia internacional da criança faz todo o sentido colocar a educação das crianças e dos jovens no centro do debate parlamentar, trazendo à discussão a política educativa do governo, muito particularmente para rejeitar a forma desastrosa como a Ministra da Educação transforma o que devia ser uma política mobilizadora para resolver os graves problemas da educação com que o país se defronta, numa ofensa para com os profissionais que dão corpo e rosto a essa política.
Romper com o cerco de anos de um modelo de desenvolvimento fundado na exploração intensiva do trabalho precário pouco qualificado que conduziu Portugal a uma extraordinária fragilidade obriga a equacionar seriamente o papel da escola pública e obriga a um programa concertado da sua qualificação.
Obriga, sobretudo à resolução dos problemas maiores com que nos defrontamos hoje e que no essencial se traduzem em baixos níveis de proficiência cognitiva, elevadas taxas de insucesso escolar e elevadas percentagens de abandono escolar precoce. Só uma escola pública de qualidade pode começar a resolver estes problemas.
Insucesso e exclusão são os grandes males de que padece a educação em Portugal. Tratar os professores como se de um bando de malfeitores se tratasse não só não resolve nenhum destes problemas como resulta na desvalorização da sua função social e no agravamento da sua desmobilização.
O que a Ministra da Educação está a fazer é o mesmo que um realizador de cinema que matasse a sua personagem principal. Sem ela o realizador fica sem argumento. Sem professores a Ministra da Educação fica sem actores que levem a cabo aquilo que precisa de ser uma reforma profunda mas também agregadora, mas também responsabilizadora de todos os intervenientes na educação.
A escola não resolve sozinha os problemas que decorrem da pobreza extrema, da exclusão social, do desemprego, da violência desumanizada das nossas cidades.
Não só não os resolve como é ela mesma a primeira vítima e é ela mesma que reflecte os primeiros sinais do agravamento das contradições sociais em que vivemos.
Contudo, não sendo a solução milagrosa de todos os males, ela é um parceiro fundamental na promoção de progresso, de coesão, de emancipação. Não existe transformação social sem conhecimento nem técnica; não existe transformação social sem arte nem criatividade; não existe transformação social sem sentimentos nem afectos.
Revalorizar a educação é por isso a chave de qualquer projecto de desenvolvimento. Para tanto é essencial que a escola recupere um sentido e um valor para aquilo que são as suas competências específicas no campo da educação.
Não basta produzir pequenas reformas que podem dar pequenos passos para produzir pequenas mudanças. E isso foi tudo o que o Governo conseguiu produzir ao longo deste ano de governação.
Falta todo o resto, falta atribuir um valor real aos saberes de forma a ser capaz de seduzir as crianças, os jovens e os adultos para essa extraordinária aventura que é a descoberta do conhecimento.
Falta tornar a escola numa escola verdadeiramente inclusiva, que não desiste de nenhuma das suas crianças, que conhece e interpela as comunidades onde está inserida.
Falta desenhar projectos educativos que se dirigem a todos e a todas mesmo às pessoas que já desistiram de ter um projecto de vida.
Tudo isto é o que falta para colocar a educação na fasquia mais alta da exigência.
E tudo isto está por fazer. Não vale vir a Ministra da Educação e fazer batota ao jogo, transferindo responsabilidades pela falência da organização escolar e do poder político exclusivamente para os professores, injuriando toda uma classe pelo caminho.
Queremos uma escola exigente, uma escola exigente tem que ter profissionais de grande qualidade. Por isso, quando hoje discutimos as escolhas para a carreira docente acusamos as propostas do governo de não cumprirem essa finalidade fundamental: a de colocar a qualificação dos docentes no centro das medidas propostas.
Queremos discutir modelos de avaliação que valorizem o desempenho dos professores, que lhes confiram responsabilidade, que reforcem a sua profissionalidade e que reconheçam a importância e o peso social do seu desempenho. No entanto não é possível equacionar modalidades de avaliação se não forem paralelamente equacionados os modos e modelos de formação inicial e contínua, bem como a forma de certificar as entidades formadoras que têm responsabilidade nesta área. Assim como não é possível equacionar um modelo de avaliação que não corresponda a um reconhecimento sistemático da qualidade do desempenho.
Não nos conformamos com soluções fáceis e populistas como as que o governo colocou em cima da mesa. Deixar os professores reféns de pressões individuais dos pais ou dos resultados dos alunos dá a aparência de promoção da participação mas não é outra coisa que não seja um exercício de deformação do papel da avaliação, demolidor da decência mais elementar.
Conhecemos o papel perverso que os rankings das escolas desempenharam. Sob a capa de transparência de informação tiveram um papel determinante no agravamento de processos de guetização das escolas. Conceber a avaliação dos professores e a sua progressão na carreira dentro da mesma lógica teria como resultado a criação de guetos dentro de guetos e seria extraordinariamente demolidor para a escola pública.
A avaliação dos professores tem que ser instrumento para a retribuição das boas práticas pedagógicas e didácticas, tem que ser ao mesmo tempo um instrumento de aferição das necessidades de formação e de correcção de escolhas e percursos, assim como não pode deixar de ser equacionada na relação dinâmica entre o docente enquanto indivíduo e enquanto parte de uma organização complexa.
Não é possível portanto aceitar um modelo de avaliação que tem um objectivo escondido que é o de conter e retardar o acesso dos docentes aos níveis mais remunerados da carreira docente.
A defesa da escola pública não pode ficar limitada a declarações generosas de intenções que não correspondem às políticas que produzem. A escola pública é o garante da democracia em educação, ela é território privilegiado para colocar a educação ao serviço do desenvolvimento, por isso é indispensável que o mesmo grau de exigência de qualidade que lhe conferimos seja conferido à políticas educativas onde não pode haver lugar para cedências nem para a ausência de rigor nem para facilidade populista das propostas, e muito menos para a generalização da culpabilização dos professores que devem ser protagonistas privilegiados da mudança.
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