Musgo
O presépio sempre foi, lá em casa, o grande consumidor de musgo.
Os montes da Pedreira e da Stª Maria revelavam-se pequenos para as mãozitas ávidas dos apanhadores de musgo. Muitas vezes já quase acabados, os presépios, refaziam-se de novo só por que olhos mais perspicazes vislumbravam musgos mais verdes, mais altos, mais fofos e mais verdejantes. E nem novas caminhadas até à serração do Regadio em busca do serrim que haveria de marcar os caminhos e atalhos que levam a Belém demoviam os mais renitentes.
Desde que terminavam as aulas que a malta em festa percorria os montes em busca do musgo a que as laranjas do quintal do Cerieiro [depois de escavadas e nelas introduzidas pequenas velas] se encarregarão de dar luz especial na noite de Natal. A mesma luz que ilumina o trilho do moinho ou a lavadeira que fora de horas aproveita para actualizar-se sobre as novidades com os pastores passantes.
Bem feito, dizia o Tono na sua inocência dos oito anos, essa lavadeira que olha para todo o lado menos para o que está a fazer. Não tenho pena que se tenha partido metade do lavadouro, ela também está com a cabeça sempre virada para o outro lado. Sorriu o Zé, a quem a maturidade dos dez, mostrava serem poucas as peças para para tanto musgo, tanto monte e tanto vale. Partida a lavadeira e já colocado o pastor com o cordeiro aos ombros no cimo de um dos morros restavam as ovelhas de três nações distintas para ajudar a moldar a forma que o serrim tentava desesperadamente imprimir no vetusto musgo.
É prodigiosa a natureza quando quer reduzir o homem à sua condição de efémero mortal!
E agora a parte nobre.
Os três reis magos [que na realidade são seis, porque montados vão três e outros tantos apeados] a quem nem a cabeça de um camelo duplamente colada [porque duas vezes, em diferentes sítios, partida] retira a pomposa dignidade. Pobres são os pastores mais a família do nascituro.
Nossa Senhora primeiro queriam ambos os petizes, pois que Aquela era a única mãe que, agora, possuíam. Seja. Primeiro Nossa Senhora depois S. José e o Menino e que para o afago não faltem a vaca e o burrinho. Que lindo está o nosso presépio!
Cordeiros vão ovelhas vêm, e as laranjas [do cerieiro] iluminadas são mais bonitas que a estrela que guia os Magos. São a parte tangível que a infância reivindica do seu Natal.
Vilar, 25 de Dezembro de 2005
J. Pinho in «O Activo», nº 286, Dezembro de 2005
Bloco Esquerda de Felgueiras
Feliz Natal
Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co'o sacrílego gigante.
Como tu, junto ao Ganges sussurante,
Da penúria cruel no horror me vejo.
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és, mas . . . oh, tristeza! . . .
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
Finalmente, um debate esclarecedor |
09-12-2005 | |
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JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NA INTERNET A REVISTA COMBATE
Nº 284 - (OUT/DEZEMBRO '05)
Visita-a aqui: http://www.combate.info
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