A cultura como a ciência foi, ao longo da história, laboriosamente construída contra as ideias feitas e contra o senso-comum. O processo foi cumulativo e objecto de incessantes, persistentes e trabalhosas revisões.
Ocorrem estas ideias a propósito do exercício de pura arrogância insultuosa da senhora ministra da educação que, dentro da política de permanente e insidioso afrontamento que o actual governo resolveu – em má hora – encetar sobre os professores deste país (perante a embasbacada plebe, que saliva deliciada) culpando-os de todos os males de que padece o sistema de ensino.
Tem memória curta e esquece, talvez por isso, a senhora ministra que faz parte do governo de um dos dois partidos que mais responsabilidades têm, desde o 25 de Abril, na desgraçada situação da educação em Portugal. Uma plêiade de "iluminados" dos partidos do "Centrão" coadjuvados por uma dúzia de "iluminados pedagogos" vêm, desde então, a construir uma mistificação que conduz à infantilização, à desresponsabilização e à mediocridade.
Há, em Portugal, uma cultura geral de desresponsabilização que não valoriza o trabalho, o estudo e o conhecimento. E a escola é, por vezes, um reflexo dessa sociedade. De um modo genérico interessa que os alunos passem de ano independentemente de possuírem ou não conhecimentos e competências.
Ora, este paradigma facilitista que substitui o esforço e o rigor por uma noção romântica que pressupõe uma aprendizagem liberta de qualquer exigência e subordinada apenas ao que é lúdico e apelativo tem resultados desastrosos. A noção construtivista de que uma pessoa aprende por si e que basta motivar os alunos para que eles se desenvolvam e atinjam o conhecimento é uma fraude. Não é possível a um aluno refazer sozinho o percurso da ciência e/ou da cultura. A quebra da exigência e do rigor, nomeadamente quanto a provas de avaliação e a exames finais, considerando que caso corram mal os alunos sairiam traumatizados, criou uma desresponsabilização total.
As questões ideológicas são também pertinentes. É que, por vezes, sob a capa de práticas vanguardistas escondem-se interesses inconfessados. E com o pretexto da preocupação com os mais desfavorecidos tem-se baixado o nível do ensino. A prática têm-nos demonstrado que os mais abastados (precisamente porque têm posses) recorrem ao ensino privado mas os outros continuam como estão não havendo, também por isso, melhorias qualitativas significativas.
A Escola é um local de Trabalho e de Esforço. É um lugar onde se tem de Querer Estar. É um local onde tem de existir Disciplina e Metodologia de Trabalho. As aprendizagens só são significativas conforme se vão superando as dificuldades. A satisfação obtida pela superação de dificuldades dá motivação para enfrentar novos desafios e novas aprendizagens.
O ensino eficaz consegue-se com a exigente transmissão de conhecimentos, de competências e de laboriosas e esforçadas práticas. Não é com currículos que veiculam e estimulam o facilitismo e a preguiça e que fatalmente conduzem à mediocridade e ao insucesso.
J. Santos Pinho
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