Défice de Cidadania Feminina
A participação cívica é inseparável do direito ao exercício da actividade política, adaptada aos ritmos, estímulos e condicionantes que cada ser humano possa ter e dar.
Um importante contributo cívico para a reflexão política da sociedade contemporânea são os curiosos números (percentagens, mais propriamente dito) apresentados aquando do 3º Encontro Nacional de Mulheres organizado, recentemente, pelo Bloco de Esquerda.
Assim, passo a citar:
«Em Portugal as Mulheres representam:
- mais de metade da população: 51,68%
- mais de metade dos eleitores: 53%
- 45,2 % da população activa
- mais de metade dos trabalhadores intelectuais e científicos: 54,8%
- quase metade (48,1%) dos trabalhadores técnicos intermédios
- mais de metade dos quadros técnicos superiores da administração central: 59,4%
- mais de metade dos estudantes universitários: 57,1%
- a maioria dos contribuintes
- um grupo consumidor responsável por 80% do volume de compras (por elas efectuadas e/ou decididas)
- uma força de trabalho não remunerado posta ao serviço da comunidade, cuja riqueza é estimada em cerca de 40% do PIB.
No entanto:
- na Assembleia da República de 230 deputados apenas 46 são mulheres
- num universo de 308 autarquias apenas 16 têm na sua presidência mulheres
- nos partidos políticos a percentagem de mulheres em órgãos de direcção situa-se entre 6,25% e 22,44%
- nas confederações sindicais a percentagem de mulheres em órgãos de direcção situa-se entre 0% e 5,7%
- há mais mulheres desempregadas em Portugal que homens
- 7,2% de desemprego feminino contra 5,6% de homens desempregados
- mais de metade dos desempregados à procura do 1º emprego são mulheres: 54%
- mais de metade dos desempregados à procura de novo emprego são mulheres: 52,85%.»
Constata-se, por conseguinte, que o modelo socioeconómico tradicional, que exige da mulher uma dupla jornada de trabalho (profissional e familiar), não responde às actuais exigências da vivência da pólis nem sequer às regras da legitimidade democrática. Também os partidos políticos tradicionais não correspondem (embora finjam) às legítimas expectativas das mulheres modernas.
Das mulheres espera-se capacidade de mobilização, intervenção, tenacidade e inovação.
Desenganem-se, porém, @quel@s que esperam que alguém faça por elas, aquilo que elas por si não ousam fazer: empenhar-se activamente nas causas políticas da sua urbe. As mulheres devem reflectir sobre a sua deficitária participação na vida política: têm de definir objectivos, o que pretendem, demarcar claramente campos de intervenção, burilar percursos.
Porque a mobilização política tem de conquistar raízes na vida quotidiana das pessoas, trazê-las à discussão da res publica, mais próximas dos cidadãos, espera-se das mulheres uma nova cultura e uma nova geração de propostas e práticas para desenvolver uma democracia alternativa, de renovação dinâmica, de desenvolvimento sustentado.
Acreditamos que o século XXI será o século da plena afirmação das mulheres, também, no plano político.
Que será o século que assentará nos princípios de uma democracia participativa capaz de derrubar os muros da desconfiança entre eleitores e eleitos.
J. Santos Pinho
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